sexta-feira, 28 de setembro de 2012

"Fronteira" - Diabo Na Cruz




As flores pelo chão
Pisadas desde o baile
O vento frio
Só mulheres de xaile

Tudo me contaram
Quando eu dei aos ares de Espanha
Uns desceram para sul
Eu fiquei a ver Idanha

Ai de mim
Não faço nem ideia
Prometi partir na lua cheia
Pago por um  bagaço na estação
Nos olhos de um varão
Vejo a fera da fronteira

Ir pra angola
pode mesmo ser a salvação
Ou são Paulo
receber calor de um povo irmão

Ir abastecer
onde há quem dance

Promessas de verão
Os mar e nozes quebram
Praia fora vão
Se águas más lhe pegam
Num posso mais remar
Que terra se alevante
Se firme a procurar
Quero ir pra adiante

Ai de mim
Se tudo é ao contrario
Tenho de ir cumprir nosso fadário
Acabo de engolir num repelão
Pregunta um bom beirão
se isto era necessário

Ir embora
pode mesmo ser solução
Ver trabalho
o frio compensa pela aflição

Mas se isto não mudar
Eu não descanso

E se eu for
Quem espera Mariana
Faz de mim nas guardas quentes de sua cama

E se eu for
Quem me faz de tua estampa
Para onde irás se só voltar
pra encontrar a minha campa

Ai de mim
Não faço nem ideia
Prometi partir na lua cheia
Pago-te um bagaço na estação
Nos olhos de um varão
Vejo a fera da fronteira

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